O Pra Sempre sempre Acaba ?

Oi,
bom dia/tarde ou noite, não sei que horas você verá essa publicação!!

Sei que aqui são meia noite e vinte, eu acabei de tomar banho agora e quando vem a senhora inspiração, ela vem com força - sob pressão, e junto a inúmeras outras, que vão se unindo e fazendo um nó na minha cabeça, que não me deixa desligar e nem tampouco concluir uma ideia particular. 

Por esse motivo estou eu aqui - quase que obrigada - para tentar esvaziá-la e conseguir dormir. 



Decidi colocar em espera as outras borbulhas sobre postagens prometidas a alguns amigos sobre viagens (tá virando o assunto principal aqui, né? Fugiu total do início que era apenas religioso, e depois que era musical mas enfim..) para falar primeiramente sobre uma música que recebi há uma semana atrás e alguns sentimentos/pensamentos que a mesma me levou a ter.

Ela pode ser bem antiga, mas em determinados momentos, uma nova perspectiva sobre o que é comum faz-se involuntário.



Essa não é a minha versão preferida dentre todas que já ouvi, nem tampouco a melhor voz (pra mim). Mas a mensagem dessa música me trouxe tantas análises que deixam até sem saber por onde começar. 

Então, com toda e absoluta certeza, a primeira que citarei é o título dessa postagem e a que mais acompanha toda ela, que fala que o pra sempre sempre acaba. Mas será que acaba mesmo? Se acabasse seria "pra sempre" ? Ou de alguma forma ou de outra permanece? E se deixa de ser para sempre e acaba, quem faz acabar? Quem decide? Será que o pra sempre é apenas um brevíssimo segundo (ou minutos, horas, tempos) eternizados e vividos sem querer que termine e levaremos para sempre? Ou o desejo de viver mais disso?

No dicionário:
s e m p r e


(advérbio)
1. na totalidade do tempo; eternamente, perpetuamente.
2. a cada instante, sem exceção; constantemente, continuamente.





E quem faz o  sempre?
Não somos nós? Não é a nossa decisão de amar, de permanecer, de cuidar ? A nossa permissão para que o outro fique, ame, cuide? A nossa abertura de coração que muitas das vezes levamos o outro a realizar em nós ou por nós ? E quem faz o sempre se findar? Também não somos nós? Depois de tudo isso ao, simplesmente (sem saber o que mudou de fato), mudar? Não decidir mais? 

Alguns acham que pode ser amadurecimento, outros, que pode ser por acomodação, porque o 'tanto faz' seja menos trabalhoso que o relacionar-se e, assim, "deixar de lado" até que as coisas esfriem e fique para trás, ou a saudade dê espaço para um "tudo bem", e até mesmo um "não faz mais diferença", seja mais fácil que pegar a mão do outro, sentar e resolver. 

Dessa forma, uma hora ou outra, vai acabar mesmo!
Sabe porquê? Porque o peso do outro vai nos cansar. Os defeitos com os quais não sabemos lidar - ou não queremos -, mesmo dizendo amar, vai se sobressair. Não vai mais haver decisão diária, a falta vai deixar de ser sentida. E tudo partindo dessa escolha pessoal. 


Não vai ser pra sempre se as discussões forem maior que o companheirismo, a compreensão. Se as qualidades que os uniram forem sendo esquecidas e substituídas pelos defeitos que conhecemos do outro. Não vai ser pra sempre se o momento exato de conversas pontuais onde se abrem e se enxergam forem substituídos por momentos de prazer e deixados para trás, quando não for resolvido, quando não tiver mais olho no olho mas apenas olho na boca e posteriormente o beijo para calar ou deixar de lado a famosa "DR"; quando o tempo que imaginava ser pra sempre é substituído pelo pensamento de 'não aguento mais' e a decisão de não querer mais fazer dar certo; quando se mudam as prioridades, quando focamos mais no que pesa ao invés de nos permitimos e abrirmos a ter momentos de extravasar e criar novas memórias e novos momentos de querer ser pra sempre.

Convenhamos que relacionar-se não é uma tarefa fácil, não é mesmo? É por isso que o mundo anda tão descartável e a sociedade fazendo o descarte de pessoas como se fosse nada.

Eu, sinceramente, comecei a desacreditar muito das pessoas. Mas se ainda há algo que acredito, é que o que é pra sempre (e já provou ser) não se acaba. Pode até se transformar, mas não se acaba. Porque se quem faz acabar (ou não), somos nós e se não há desejo que se acabe, porque acabaria?

É bem real que as pessoas mudam, que coisas acontecem... Mas quando a partilha é constante, quando divididos com o outro e escolhemos estar, por mais difícil que seja, passamos por essas mudanças juntos, e há decisão mútua (seja de permanecer, seja de deixar) e, se for a de deixar, que seja madura e responsável ou se for ficar, que seja constante e fecunda.


Depois de toda essa análise, entra outra, com a parte "se penso em alguém, eu só penso em você.. e aí, então, estamos bem"

MANO!, se você está pensando em alguém, e esses pensamentos (bons!) com o outro te faz bem, porque diacho não o deixa saber ? Porque complicar o que poderia ser tão mais simples? Por vezes o outro só está esperando um sinal, um oi pra saber que ainda tem um lugar ali, um "entre", "vem cá". Uma demonstração, um novo afeto, um novo cuidado, uma nova preocupação.

Tenho visto uma fase de joguinhos de amores, de paixões, de conquista, que não consigo entender. Ganha ponto e sai na frente quem se mostra menos, quem se importa menos, quem puxa menos conversa... Qual é o sentido disso? Eu sou daquelas que falo o que sinto, que me abro mesmo, sou intensa.. mas é claro que no momento certo e depois de certeza rs Não vou conhecer uma pessoa bonitinha hoje, que me encantou, e falar amanhã. Mas, dizer o que sente e acabar (ou viver) o que se pode através da sinceridade é fundamental em um relacionamento. 

Abrir as portas da vida e do coração para alguém entrar nunca será uma decisão de uma noite. Porém, guardar o que se sente apenas para si, é se sufocar em pensamentos e sentimentos que não tem fundamento e impedir que algo bom possa vir a acontecer. 


Minha dica será sempre a de ir. Vai! Vai de encontro! Chega de surpresa! Manda mensagem inesperada de bom dia! Liga, joga suas ideias, o que sente, o máximo que pode acontecer é não haver reciprocidade e aí, sabe o que faz? Acaba de uma vez. Melhor que alimentar a dúvida e sofrer a toa.  E, quando é o caso de relacionamentos já existentes, fale! Fale o que pensa, o que sente, o que lembra. O que chateia ou alegra. O outro precisa saber de você! Não tenha medo de não ser entendido. Quando há amor, tem-se que haver espaço ao diálogo e compreensão!

Pensar que está tudo bem porque lembra do amor, dos momentos bons e sorri, não faz ficar tudo bem. Abraçar com saudade, sem colocar pontos nos is não faz ficar tudo bem... Uma conversa escancarada e de coração aberto faz. Deixa o outro saber de você! Se está bem, se está mal, se não quer ver, porque não, deixa o outro saber como agir com você. O que você espera dele... Dê sinais. Não há como querer que ele aja de uma forma que nem imagina que você gostaria. 


Quando lançamos o "tanto faz" e escolhemos ficar em cima do muro, deixamos o outro escolher por nós, e o outro pode escolher pela forma em que acredita que queremos que escolha. E aí, há desistência. E quando há desistência, há ponto final. Há a quebra do pra sempre. E sabe de uma coisa? Quando chega no tanto faz o melhor mesmo a se fazer é desistir, pois já se chegou ao limite. Não há mais onde haver desgastes. Mas tem-se que ter em mente que decisão é corte, e depois não dá pra emendar.. então esta se dará após tantas tentativas desperdiçadas e inúteis do ficar bem... 

E o "ir de volta pra casa", será a volta para nós mesmos, as vezes profundo, às vezes sozinhos, às vezes quebrado, às vezes certo...  pois a morada do outro que nos dava abrigo e fazíamos parte, já não existirá mais e, uma hora ou outra, estará sendo substituída, mesmo sabendo que o pra sempre, não vai acabar, e mesmo que por instantes, segundos, minutos, horas, ou tempo, foi o bastante para ser inesquecível.


Desejo que você encontre um amor que decida ficar, permanecer, lutar por você e, apesar dos seus casos, dificuldades, desafios do relacionar-se, viva de decisões diárias e permanentes de criar novos para sempres. 

Ouvi uma vez de uma certa criança de 7 anos que o amor é como uma plantinha, que precisa ser recada, cuidada, adubada e colocada no sol cada dia, e na sua sincera e singela forma de definir o amor, entendi a imensidão da sabedoria por detrás dessas palavras. O amor não é para quem não quer gastar tempo e quer se ocupar demais com coisas que passam. O amor é para quem cria tempo para estar e ser, cuidar e zelar; para quem decide construir junto, andar lado a lado e crescer com o outro. E precisa ser mútuo. 


Que sejamos agricultores de nossos amores eternos!
Eu ainda acredito no para sempre porque acredito no amor e na decisão de amar e querer permanecer. /seja qual for o tipo de amor.

Beijo grande e que o espírito natalino mova nossos dias de Dezembro no mesmo amor que Deus teve para conosco em nos dar Jesus  

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