Uma semana

 


Hoje faz uma semana dessa foto. 

Última foto que tirei. 


Com toda certeza e sem sombra de dúvidas esse é o post mais pesado que já escrevi em toda minha vida. O texto mais pesado. Eu não reli, porque só senti peso saindo de mim ao escrever essas palavras. E se Deus quiser eu nunca retornarei para ler. Se eu fosse você, também não o leria. Pode te causar mal. Ou, por um outro lado, pode te fazer tentar me entender...

Minha psicóloga sempre me disse que eu precisava voltar a escrever para tirar de mim o que estava preso. Pois sempre foi minha área de libertação. Por mais que eu sempre me sentisse indisposta a isso, hoje tentei realizar isso, e foi.... Saiu isso:



Uma semana que me deparei de novo com medo, pânico, fobia, ansiedade. Uma semana de insegurança, de sentimento de solidão, afastamento e isolamento. Silêncio. Por mais que tenham pessoas que tentem estar e queiram estar.


Uma semana sentindo coisas que detesto sentir. Uma semana de nó na garganta, gastrite nervosa, insônia, inconstância, feridas reabertas, mágoas passadas afloradas, que voltam a tona, saudades que não se podem matar por desejar aquelas pessoas do lado. Parece que quando estamos mal, arrumamos motivos para estarmos piores, e só se deseja uma mão para levantar e mostrar um outro lado, com amor, segurança, paciência e afeto. 


Tô anestesiada.

Como se não fosse capaz de sentir nada de novo. Como que se uma pedra, um muro, uma parede se levantasse. 


Uma semana sem colocar o pé pra fora de casa, sem ver a rua, sem ver o céu. 


E eu estava vindo de uma fase tão boa, tão gostosa, que há tanto tempo não vivia, que parece que torna tudo pior, por querer logo sair disso novamente e não saber como, ou a sensação de passos para trás e medo de me vê sem saber sair de novo, de voltar a estaca zero (não que eu tenha medo de recomeçar, não é isso. Sou doutora nesse quesito. É sim sobre todos os sentimentos insuportáveis que sentimos no processo!). Uma vontade só de acabar com o que se sente seja de qualquer forma. Da forma mais fácil, da que vá fazer fugir e excluir logo o que se sente. 


Eu estava até comentando que eu não estava nem me reconhecendo... Com uma serenidade tão genuína, com uma calmaria e uma paciência que nunca existiram em mim. E de repente ver tudo se mudando. Na verdade, nem se vê, mas tudo mudar de repente, nem sem se perceber que estava. De repente se vê áspera, irônica, debochada, irritada, sem graça, chata, e se olhar no espelho não conseguir retirar nada de bom... Pegar esse tempo para começar a produzir desesperadamente para sentir que ao menos algo de bom saia disso.  


Difícil sensação de querer companhia mas não querer ninguém perto. Afastar todo mundo. Como um porco espinho, que, ao tentar esquentar machucam? Ninguém está disposto mais a esses arranhões...

Não querer falar, conversar, conviver, por mais que insistam.. querer ficar sozinho mas não só. Nada tá bom! Nada tá bem. Agonia! 


Acho que nós nossos piores momentos, em que a gente não consegue sair da gente (mesmo que quiséssemos) , que a gente vai se conhecendo mais profundamente. 


Eu tenho compreendido mais sobre mim também... o quanto que palavras de afirmações são o que me dá impulso acional, o quanto que quem não está conosco no pior momento não merece permanecer no nosso melhor e o quanto quem amamos lutam para invadir um pouco da barreira que criamos, sem invadir nosso espaço, para se fazer presente e o quanto essas pessoas são essenciais em nossas vidas. Sobre o que disse anteriormente mesmo sobre não confundir nosso estado com o que somos, que como estamos não é o que somos e sim, multifatorial. 


Essa última semana tive conquistas que mereciam ser comemoradas com maestria, não tô conseguindo ser grata. E isso me frusta mais. Querer algo que tem sido, momentaneamente, inalcançável para mim. Querer feliz pelo que deveria e não conseguir. Querer colocar pra fora e nem saber como, parecendo que palavras nenhuma pudessem ser alcançadas, como se dissesse uma coisa e fosse outra entendível.   E é horrível enxergar nossa pior versão. E vem cobranças... Mais frustração por não se permitir viver isso e estar assim. Mesmo sabendo ser estado e não essência. Mesmo quem sendo importante conhecendo a essência.  Ruim sensação de má companhia. Ruim sensação, ruins sensações... Péssimo estado! 


Nunca soube lidar com frustrações direito, e sempre soube disso, mas lidar com a própria luta e cobrança para ser o que se é e estar como se é, acho ser pior. É um gasto de energia de nós contra nós mesmos. É horrível desejar tanto uma coisa e, simplesmente, se sentir paralisado para atingir, e ainda sentir que você, por estar assim, também está fazendo isso com os outros. Sendo tóxica fazendo parecer que quer que eles também estejam na mesma bad que você.. e daí o sentimento de egoísmo que se junta a tantos outros sentimentos que estão aqui... E a incompreensão, cobrança e o não saberem lidar com você assim..

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